sábado, 10 de julho de 2010

Estou de mudança

Esses dias uma amiga me mandou um e-mail e dizia que estava fazendo limpeza em seus armários e imaginando como seria se estivesse de mudança. O que levaria e o que jogaria fora? Pensando dessa maneira, ficou fácil para ela saber o que ainda manteria e o que dispensaria.

Paralelamente, naquele mesmo dia, eu fui à uma entrevista para revisão de texto e me peguei balbuciando o quanto eu odiava aquele tipo de trabalho, de como depois da faculdade meus caminhos profissionais se entortaram. Morar em outra cidade: ótimo. Cursar Letras: desastroso! Isso foi o que aconteceu comigo e hoje tenho a impressão de que não saí do lugar na minha vida profissional. E, literalmente e metaforicamente, não saí mesmo!

Vou começar do zero novamente, como se não tivesse passado por Araraquara e me formado em Letras. Achei que faria parte do mundo acadêmico e que teria novas ideias, novas teorias...Mas descobri que a academia não era nada daquilo, era um embuste intelectual, uma pena!

Claro, meu sonho acordada é mesmo a tv, teatro e cinema e, antes de partir dessa pra melhor, quero trabalhar SIM com isso. Ter uma realização profissional prazerosa, mesmo passando por momentos difíceis, estes serão menos dolorosos do que trabalhando com algo que não se gosta nenhum um pouco sequer.
Eu ainda não sei como meus caminhos se desdobrarão para chegar nesse ponto, só sei que preciso trabalhar, mas ser revisora para mim é tão duro quanto faxinar uma casa com seis banheiros no interior do estado de Nova Iorque. ;D

Nesses e em outros tempos a minha decisão mais usual seria arrumar qualquer pretexto para voltar ao exterior e recomeçar e retornar sem muitos resultados positivos. Porém, desta vez, ao invés de sair do Brasil com alguns centavos no bolso, vou fazer uma mudança imaginária, tal qual minha amiga e seus armários, e dispensar aquilo que não me serve mais. Mudar minhas atitudes, mesmo que com grande dificuldade. E assim evoluir para melhor. Fazer vale a pena estar nesse mundão.

O poema lindo da Cecília Meireles de seu livro "Cânticos", resume de forma marcante essas mudanças:

Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.

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