sábado, 2 de abril de 2011

A voz que atravessa a alma

Faz tempo que não escrevo aqui no meu bloguinho querido e esquecido. Tantas águas rolaram nesses 7 meses que separam este do último post. Bom, a sementinha da minha árvore já está brotando e vejo luz. Minha vida profissional está bem, obrigada e minha auto-estima melhor ainda. Acreditando na vida como uma rapadura: doce, mas nada mole! Persistindo naquilo que quero e descobrindo que tenho uma veia artística. Certo dia, um amigo querido, que namora uma amiga querida, me disse que sou musicista de ouvido, pois não sei tocar, tampouco, ler notas musicais. Todavia sei identificar uma linda voz e uma boa música.

Há pouco tempo conheci um cantor, que com certeza já ouvi em filmes como Vanilla Sky com a linda "Last Goodbye" e a versão de "Hallelujah" na série The O.C. e que não fazia a mínima ideia de quem fosse. Eis que um dia no trabalho escolhi seu rostinho que lembrava o do ator James Franco, com o qual simpatizo muito e, resolvi ouvir sua música. Me surpreendi  e me encantei de cara com a sua voz e o modo como tocava violão, guitarra. Meu Deus, fui pesquisar a vida do rapaz e descobri que não estava mais aqui, havia ido embora. É, a D. Morte o levou um pouco mais cedo, talvez por tê-lo ouvido naquele momento no rio Wolf e ter sido enfeitiçada pela melodia. E o que me deixa feliz é que pude conhecer sua voz anos mais tarde porque gravou um único CD e, por pura ironia, estava a caminho para gravar outro, quando a D. Morte o levou.

Jeff Buckley brincava com os timbres (eu penso isso) e tocava incrivelmente bem. Fico imaginando se ele não tivesse saído daquele barzinho e ido para um estúdio por carregar o peso de ser filho de Tim Buckley (que eu nem imagino quem seja, além de pai do Jeff!) não conheceria sua música. E nem ficaria a imaginar como deveria ser lindo estar conversando e ouvindo sua linda voz num barzinho numa noite fria e aconchegante de uma cidade grande.

Tudo isso me faz lembrar muito da época em que estudava o existencialismo, que tem como princípio que a D. Morte só nos leva mesmo de vez, quando o último que nos conhecia também vai embora dessa vida. Essa teoria acaba nos consolando, né? Assim como gosto da música desse rapaz que foi embora tão cedo, sei de outros que o conheceram só agora, há mais de uma década após sua morte no rio Wolf e,  mesmo assim, sua voz continua atravessando almas por esse mundão com sua música.

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